REFORMADO
Por mais de quarenta anos, repetira aquela rotina. Hoje, pegara nas chaves do carro e só quando se preparava para abrir a porta, se recordara que era apenas um reformado.
Lembrou, com saudade, os dias em que se levantava de um
salto, porque sentia o barulho da chuva. Sempre adorara conduzir com o piso
molhado e, nesses dias de dilúvio, o táxi nunca ficava vazio.
Olhou-se ao espelho e sentiu pena do nada em que se transformara.
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