segunda-feira, 28 de abril de 2014


Médico à força

– Perdão! Mas há muita gente…
O olhar do pai fê-lo estremecer e interromper a frase. Sabia que seria uma solução errada procurar impor a sua opinião, ainda que fosse a certa e que se tratasse do seu futuro, da sua realização ou frustração.
Queria gritar «Não! Sou eu que decido!», mas girava-lhe a cabeça, ao mesmo tempo que o coração disparava por medo de se ver enredado na profissão que não queria.

Não podia falhar no mais importante, mas a cobardia silenciava-o.
Nascera numa família de médicos, e essa condição ameaça escravizá-lo, logo a ele que nem podia ver sangue.
Quita Miguel

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